O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) afirma, em nota, que mantém a posição de que a família Batista
deve se afastar do comando da JBS, e que a companhia deve ter uma gestão
profissional.
O banco mantém as críticas às circunstâncias da
reunião do Conselho de Administração, que escolheu no sábado José Batista
Sobrinho, fundador da empresa, como novo presidente.
"A crítica do presidente se restringe às
circunstâncias da reunião do conselho, convocada às pressas mesmo diante da
vacância do cargo ter ocorrido ainda na manhã do último dia 13. Essa reunião
foi feita fora de um dia útil, revestida de todos os detalhes de
excepcionalidade”, avalia Rabello de Castro, para quem as ações dos
controladores revelam evidências do conflito de interesses já apontado pelo
banco junto à CVM e ao Judiciário.
O banco também mantém a defesa da
profissionalização da gestão da companhia, com uma ampla reformulação da
diretoria executiva e do conselho de administração.
“Estamos preocupados com os investimentos, empregos
e as repercussões negativas no mercado pecuário. O que nós queremos na JBS é a
boa governança, assim como exigimos de todas as empresas em que o BNDES tem
participação acionária. Essa é a condição básica para receber apoio financeiro
do Banco. A JBS está descumprindo uma obrigação nessa relação, que é ter uma
governança impecável”, diz o presidente do BNDES, na nota.
A nota explica que Paulo Rabello de Castro
solicitou à área jurídica do BNDES que mantenha as providências necessárias
para obter uma posição da Câmara Arbitral ou da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) sobre as divergências da instituição com a companhia.
“A CVM é quem pode arbitrar. É preciso que a CVM se
manifeste, com uma decisão regulatória, no sentindo de esclarecer a aplicação
da Lei 6.404/76 (Lei das S.A.)”, afirmou o presidente nesta segunda-feira.
“Nós queremos, exigimos e vamos conseguir melhor
governança nessa companhia porque existe dinheiro do Brasil e de todos os
brasileiros nela.”
Na nota, o presidente do BNDES não questiona o mérito
do voto da conselheira indicada pelo banco, a advogada Claudia Santos, que na
reunião do Conselho aprovou a escolha do novo presidente.
"Ela atua com o devido grau de independência
prescrito pelas melhores práticas de governança", diz a nota do BNDES.
Também nesta segunda-feira, A diretoria do BNDES
aprovou a indicação do ex-presidente da Fiat Chrysler para a América Latina,
Cledorvino Belini, e do empresário Roberto Penteado de Camargo Ticoulat,
vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, para compor o Conselho de
Administração da JBS.
Eles substituirão Maurício Luchettii, que já tinha
renunciado ao cargo no último dia 30 de agosto e deixou o colegiado no mesmo
dia, e Claudia de Azeredo Santos, que participou da reunião do Conselho no
último fim de semana, que escolheu José Batista Sobrinho, fundador da empresa,
como substituto de Wesley Batista, preso na semana suspeito de manipular o
mercado financeiro.
Claudia renunciou ao conselho em 8 de setembro, mas
concordou em permanecer até o dia 9 de outubro ou até a indicação e eleição do
seu substituto.
"O BNDES agradece por seu excelente trabalho
na busca do melhor interesse da companhia como representantes do Banco no
conselho".
(O Globo/Foto: Lucas/redação JAL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.